Para Vocês...
O céu, as estrelas, o mar, e "só" um pedaço da lua. Porque a outra metade já é minha... (risos)!


5 de nov. de 2011

Aaaiii como ando afastada do meu blog...
Acooorda, mulherr!!!

Voa...

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VOA...

Abre também a tua porta, abre...
Abre e deixa o vento entrar.
Deixa a brisa se instalar;
Deixa o corpo abençoar;
E as lágrimas poder secar.
Deixa...

Abre de vez a tua porta, abre...
Sem chaves e nem fronteiras.
Sem grades e nem cadeados;
Abre e deixa o sol entrar.
Deixa os raios te tocar;
Deixa o corpo enternecer,
E não te fazer adormecer.
Deixa...

Aceita a porção mágica do tempo...
O desenrolar dos dias e das horas.
O rumo de todos os mundos.
O vôo das grandes gaivotas.
Os pássaros voltam sim pros seus ninhos;
Mas só pra alimentar, e fazer voar.
E depois, um ciclo poder fechar.

Deixa então os ninhos dos passarinhos;
Não faz dele o teu ninho.
Faz do teu peito apenas abrigo e
a liberdade de todos os ventos;
Então voa... Desperta!

Abre um novo caminho.
É sempre um novo dia e um novo momento.
E aí, na mesma direção dos ventos,
Você vai poder se encontrar, sem mais nenhum tormento.

Lana Mara
10/10/2011

13 de ago. de 2011

Violão Desafinado


Lembro de outrora...
E uma música ao fundo chega suave e toca os meus ouvidos. Aquela música que embalou tantos e tantos sonhos...
Há tempos que o vejo ali, encostado. Pego o violão e mexo em suas cordas. Cordas de um violão antigo e desafinado. O mesmo violão e as mesmas cordas de antes.
Procuro o tom certo, tento alinhar todas as notas musicais sem muito sucesso.
O tom continua fraco, minguado...
As notas continuam desiguais e totalmente desalinhadas; talvez, carcomido pela ação do tempo. Hoje, calado, solitário e triste ali está. O som dantes melodioso perdeu-se desde ontem. Perdeu-se no tempo. Desde a época das longas serenatas, onde o som sempre tão afinado e melodioso invadia as ruas num relampejo estridente, cintilando estrelas.
A sua música acalentava e encantava. E o dia sempre amanhecia terno; e as noites sempre cheias de vida. O Sol surgia tímido; às vezes forte. A noite adentrava exuberante no seu tom lilás trazendo o cheiro das flores. A Lua, encabulada, muitas vezes se achava encoberta pelas nuvens, mas, brilhante, ressurgia. Sempre!
Hoje, a música esquecida está. Os sons embaralhados e desarmônicos continuam.
Esse longo tempo encostado ficou acabrunhado e resumido a esquecidas notas musicais.
A uma limitada e velha música que se foi com o tempo...
Recostei o corpo numa cadeira e adormeci. Acordei no meio da noite com um som melodioso... Parecia-me próximo. Levantei ainda fatigada do mau jeito e, com muito esforço, acendi a luz; e de súbito, vejo um pássaro à minha janela. Fiquei alguns segundos estática e o coração aos pulos! O cantarolar que eu ouvia vinha mesmo daquele pássaro brilhante que mais parecia uma Fênix. Era pura luz! Eu fiquei fascinada! Ele voava lentamente e emitia um som harmonioso e tocante. Eu ouvia placidamente o seu coração. Eu podia sentir a sua respiração de tão próximo. Parecia querer me puxar até àquele violão. Pedia insistentemente. E era verdade, ele queria. Dei dois passos, e o que eu pude sentir, jamais sentirei. As cordas, antes frias e desordenadas, passaram a cantarolar o mais belo dos hinos. Uma das mais belas canções! Eu podia ouvir uma mistura de sons que penetrava profundamente o meu peito. Fora a mais bela emoção! Era a esperança renovada! Foi um momento único e indescritível.
Novamente, jamais sentirei!

Lana Mara Thiers
Um dia quando o sol se pôs...

"No Azul Sonhado"

No dia 20 de Julho de 2011 [no Crato-Ceará], foi comemorado a festa de lançamento do livro "No Azul Sonhado." Um livro escrito por vários autores [todos, caririenses]. E a convite de Socorro Moreira [ criadora do blog: http://catadoradeversos.blogspot.com/  e uma das idealizadoras desse belo projeto], eu tive o privilégio de fazer parte dessa obra verdadeiramente vibrante e poética!
Obrigada, Socorro!
Mara
“Eis aqui um outro fenômeno caririense produzidos em blogs da Internet, livro que congrega elenco de escritores da região do Cariri cearense, ou ligados ao seu meio de reconhecida tradição artístico-cultural. São pessoas somadas pelo gosto das letras e pela amizade, numa produção que reflete o espírito criativo desta época de tantos e recentes multimeios da comunicação eletrônica. Reunidos, pois, No Azul Sonhado, formam trabalho amplo de inovações, o que sumiria pelos dedos imediatas da virtude, não fosse o empenho da sua edição. Resta usufruir os resultados surpreendentes da feliz iniciativa.”

Emerson Monteiro

29 de jun. de 2011

QUE PAÍS É ESSE???



Estou um tanto quanto descontente.
Descrente, irritada, pensativa, reflexiva...
Sem nenhuma expectativa.
Sem mais confiança, segurança, sem nenhuma ESPERANÇA!
Um tanto quanto desanimada, desnorteada, e totalmente enojada.
Ô “Carrada” de gente avacalhada!
Ô Cambada de sanguessugas! Solta o osso!
“QUE PAÍS É ESSE???”
Mara

5 de mai. de 2011

deixa para lá...

Imagem/Internet

Escolho algumas letras e tento formar algumas frases;
Enrolo-me nas palavras; tropeço, atropelo...
Não vejo nenhum sentido.
Não consigo concluir pensamento algum;
Não tenho elementos...
Não tenho argumentos;
Deixa para lá...
Outro dia, hei de estar.

Mara Thiers

19 de abr. de 2011

Apenas falo...



 Imagem/Internet


APENAS FALO...

Falo pra alguém... Ou pra ninguém.
Falo pro vazio ou pro infinito;
Falo por falar..., ou mesmo por sentir;
Pra poder desaguar.
Desabafar!
Falo sem emitir uma única palavra;
Sem escrever uma única linha;
Apenas falo com o pensamento.
Mesmo que seja um tormento.
Falo sem que haja ninguém pra ouvir;
Apenas falo pra eu poder sentir.
Pra eu poder ouvir meus próprios pensamentos;
Ou os meus lamentos...
Não interessa se não tem ninguém por perto;
Se não tem ninguém que seja tamanho esperto.
Mas incomoda...


Mara

11 de abr. de 2011

Obrigada Liduzinha...

Acabei de entrar no meu blog; e lendo alguns comentários deixados nos meus escritos, um em particular me deixou bem emocionada! Pelo tamanho do carinho, simplicidade, e pela bela poesia dessa amiga que ainda não conheço pessoalmente, mas, que deixará de ser virtual, dentro dos próximos meses... Em breve, muito em breve...
Beijinhos Liduzinha, e muito obrigada!


Voa, linda sabiá.

Deus te deu o sorriso,
a simpatia, o doce olhar.
Te presenteou com a ternura
com a sensibilidade, com a competência,
e sobretudo com a sapiência.
Sei que possuis a humildade dos simples,
O olhar de uma menina...Voa, voa, linda sabiá.


Te adoruuuuuu...Bjins: Liduzinha.

8 de abr. de 2011

Vamos brincar de improvisar?

Também participo como colaboradora do blog: http://catadoradeversos.blogspot.com/
[um belíssimo blog; confiram]. Mês passado, Socorro Moreira, criadora e administradora do blog, fez um verso [vamos brincar de improvisar], e nos pediu para participar. Bom, no meu caso, não foi bem um improviso, pois não sou assim tão rápida no repente, de repente...
Mas, fiz a minha parte, vejam...


VAMOS BRINCAR DE IMPROVISAR?

momento passado
momento é presente
que está ou deixou de ficar
meu momento é perfeito
não sinto a dor no peito
mas sei que ele vai voltar.
deixo o momento dançar
deixo o momento sonhar
deixo o momento beber
os pingos desse luar
o esperar já cansou
agora sou toda amor
o meu momento é amar !
E agora? Quem continua a prosa? Deixo a noite , bela madrugada inspirar quem tá no ar !

Socorro Moreira
***
Agora é a minha vez:

O momento, o presente.

O passado, existente!
É, foi, e sempre será.
E se cansada estou, mas não nego o meu amor;
pois sei que um dia, ele virá.
“Deixo o momento beber!"
"Deixo o momento sonhar!"
Vou fazer esquecer, vou tentar não lembrar;
O tempo vou ter que tecer; pra logo esse dia chegar.
Deixe o momento chover,
Deixe o momento chegar...
Vou fazer amanhecer, vou tentar te esperar;
Para um dia com você, sob a luz do luar, eu dançar.
O dia chegou e o Sol já raiou...
E com você, até hoje, eu ESTOU.
Já são tantos sóis e tantas luas... (Mesmo sem rima)...

Mara Thiers
Nem lembro bem o dia...

6 de abr. de 2011

O céu é tão perto de se ver e tão longe de se tocar...

Gostaria de saber voar...

Imagem/Internet

Gostaria de saber voar.
Voar igual aos pássaros de cores fortes e vibrantes;
Igual as gaivotas ou águias em luta;
Ou, a um beija-flor que impressiona a sua fêmea
num vôo rasante num momento de conquista.
Gostaria de saber voar. Sim, eu gostaria.
Deixar me levar na correnteza dos ventos e na leveza das nuvens passageiras.
Deixar o pensamento voar com o vento
e dançar ao som do sentimento.
Gostaria de saber voar... Voar, simplesmente.
Deixar o corpo flutuar e me deixar levar entre uma montanha e outra;
Brincar nesse espaço infindo... E apenas estaria indo... indo...
Sorrindo... e indo... indo...
Gostaria de saber voar. Apenas voar!
Visitar ruas, casas, estradas... Visitar mil mundos...
Num sentimento profundo!
Voar em linhas retas e curvas. Brindar com as noites, e rodopiar com as estrelas;
Tocar a lua com a mão e vê-la bem de perto.
Será que eu poderia?
Nem sei... Mas, bem que eu gostaria...

Mara
06/04/2011
Agorinha...

1 de abr. de 2011

31 de mar. de 2011

O meu olhar...

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Coisa mais linda é a fé. Coisa mais bela é aquele que deixa o seu olho brilhar quando encontra o Divino. Coisa maravilhosa é ter convicção suficiente para atestar a sua crença. Felicidade maior é deixar fluir do peito, verdadeiramente, o maior dos sentimentos: o AMOR (mas com toda força e totalidade que a palavra impunha). Acredito em Deus nosso pai. Acredito em Jesus filho de Deus. Acredito em tudo que Ele nos deixou; na semente que plantou; na maravilha da natureza de onde podemos retirar tudo aquilo que necessitamos. Desde a água, ao alimento. Desde o remédio que sana uma dor física, à força energética da natureza. Acredito nesse universo infindo e enigmático. Acredito em Deus. Acredito sim! Pode não ser da mesma forma que muitos; pode não ser com a mesma linha de pensamento e com os mesmos hábitos religiosos. Mas acredito. Não duvido da existência de Deus. Duvido das intimidações e imposições. Duvido das palavras ambíguas e conotações grosseiras. Duvido das palavras marcadas a ferro e fogo! Sim, eu duvido! Buscar explicações ou entendimento é próprio do Ser Humano. Foi plantado no nosso Ser a arte de ver, ouvir e pensar. Somos únicos, não somos cópias. Somos totalmente originais. Pensamos, sentimos e agimos livremente... Aí está a Beleza da vida, e a Grandeza de Deus.


Mara

20/03/2011

27 de mar. de 2011

Imagem/Internet

***
São as nossas atitudes tantas vezes egoístas e arrogantes que nos fazem cegos, surdos e espiritualmente aleijados...
Mara

20 de mar. de 2011

Música...


Imagem/Internet

Música... Sempre uma bela música...
Vai até o fundo... Bate no peito e faz o coração tremer;
Faz o coração mexer...
Faz o coração rir, chorar;
Faz o coração sangrar!
Ou apenas, faz o coração lembrar...
Mara Thiers

11 de mar. de 2011

Eternamente Elis...

Bela interpretação. Adorei!

"Quase..."

Quase...
Sarah Westphal

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

"(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)"

28 de fev. de 2011

Um pouco Clarisse...

" Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
Clarisse Lispector

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Somos um pouco Clarisse... Sou. Mas só um pouquinho...
Pois solidão e melancolia não fazem parte da minha biografia; e nem tampouco, moradia nessa terra da minh'alma... Tenho uma veia vibrante e felicidade quase constante. Posso chorar rios... Basta um toque sutil de indelicadeza. Posso também rir uma noite inteira. Mas uma noite inteira só, não me basta!
Mara Thiers

19 de fev. de 2011

Pressentimento ou Coincidência???...

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Morre Assis... Bancário aposentado, advogado, e amigo de Edilson Sobreira da Cruz (meu cunhado), que também, partira há quatro meses atrás... Quem diria... Aparentemente bem, e sempre disposto, era ele quem, ultimamente, acompanhava (como advogado e amigo) a minha irmã Marlísia, para resolver questões junto ao Banco do Brasil. Uma luta diária e interminável com papéis, números, assinaturas, pagamentos, documentos... Além de todo o desgaste das tantas idas e vindas, da falta de informações, comunicações... E o Banco, e aí vai uma crítica (mesmo não sendo a hora, e nem o momento), sequer deixa os olhos de uma viúva secarem... Bloqueia contas, burocratiza, e arremessa de imediato uma bomba relógio nas mãos de uma mulher, ainda em sofrimento. Mas deixa, esse, é outro assunto a ser colocado em um outro dia. Bem, quando recebi a notícia do seu falecimento, a minha irmã comentava como a vida é imprevisível e surpreendente. Ontem, ele, em meio aos papeis e ao trabalho (também escrevia para vários jornais e blogs de Juazeiro), e hoje, infelizmente, acomodado num outro espaço. Mas com certeza, bem feliz! As pessoas do bem encontram, de imediato, o seu caminho. Bom, depois da nossa conversa, o meu sobrinho me enviou uma crônica que foi escrita por ele no dia 8 de fevereiro (a sua última crônica). Escrita antes da sua viagem para São Paulo. E isso, foi o que me deixou perplexa! Vocês irão entender quando lerem... Hoje, mais do que nunca, acredito fielmente que, de alguma forma, nós pressentimos quando o momento se aproxima. Existe algum toque, algo mesmo que sutil... um pensamento que passa rápido, sei lá... Quando o dia chega, algo dentro de nós acontece... Acredito sim!

Os meus sentimentos à família Vejam o conteúdo do seu texto:


*** Agora é sua a vez de ir.

Assis Ferreira *

“Detesto viajar. Todavia, vez por outra tenho de sair de casa. É o caso de agora. Dia 09 (quarta-feira), estarei sendo puxado para um avião por Lucas (meu caçula) a São Carlos (SP) para a colação de grau de André.Diz André que lá não está fazendo frio. Para mim, frio de 18°C já é muito. Mas, ou a língua ou o beiço, como dizemos de fazer algo com muito sacrifício. Vou.Lucas, não. Lucas é andarilho de primeira. Para ele, ir a São Paulo é como ir à venda da esquina. Inventa qualquer coisa para viajar. Mas, sabendo ele que eu detesto viajar, combinou comigo de tomarmos avião aqui, embora em Fortaleza pagássemos menos pelas passagens: “Se formos por Fortaleza, a demora da conexão [mudança de avião] é grande, o senhor vai-se chatear… Vamos daqui, certo?” Certíssimo! Pior do que viajar e do que frio é altura. Vão anos, subi em casa para consertar umas telhas. Quem disse que tive coragem de descer? Parecia-me estar nas nuvens! Quase pedi bombeiros, que também servem para descer gente de casa, de árvore. Tomei uma decisão: vou fazer de conta que não estou viajando, porque a milhares de metros do chão tudo é céu. E torcer para que não haja turbulência, para não enjoar. Também não vou pensar que uma queda daquelas alturas faz a gente em pedaços. Nem que se cair no mar e tiver a infelicidade de ficar vivo, morro gelado, morro afogado, e sou comido por peixe como uma isca um pouco grande. Menos ainda que não sei nadar. E mesmo que soubesse, em que direção nadar para terra? Quantos dias e noites teria de nadar sem parar para dar a terra? Também não vou pensar que embora o mar tenha muito peixe e muita água, mata de sede e de fome. Tudo considerado, o ideal seria pedir que me anestesiassem por umas duas horas. Mas não. Verei se encontro alguma coragem de que faça um chá forte. Bebo o chá e meto os peitos. Dê o bicho que der, tenho de ir.Até Maria está contra mim: “Agora é sua a vez de ir.”

11 de fev. de 2011

Sobre Direitos Autorais...

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Lendo alguns textos pela internet e fazendo algumas pesquisas, encontrei um artigo escrito por Eliane Yachouh Abrão [formada e pós graduada em Direito pela USP, especialista com mais de 30 anos de atuação no Direito de Propriedade Imaterial, inclusive com destacada formação no exterior], falando sobre direitos autorais que eu achei simplesmente perfeito. E como é um assunto que interessa a todos nós, vejam o link logo abaixo.
Aqui no blog, como é um texto bem amplo, retirei apenas um parágrafo.

***

O que é e o que não é Direito Autoral

“A Internet não representa nenhuma mudança nos direitos autorais: todo livro, toda melodia, todo poema, toda obra, enfim, que todo mundo sabe que foi feita por outro que não você, que tem dono, tem de ser usada com respeito ao conteúdo e à integridade, e se o dono o consentir. O que é respeitar? É não modificar a obra, nem fazer modificações que alterem o pensamento de seu criador, quando se utilizar da obra em nome dele. É, também, não usar ou comercializar nada que não lhe pertença, sem pedir a devida e necessária autorização da pessoa física que a criou, ou da jurídica que adquiriu por contrato a condição de autor (o que, juridicamente, se chama de titularidade).
A regra vale para qualquer mídia, e a Internet é só mais uma (nova) mídia.”

http://www2.uol.com.br/direitoautoral/artigo04.htm

O que é e o que não é Direito Autoral /por Eliane Yachouh Abrão, São Paulo, Brasil, publicado Mercado Global, 4º Trimestre/2002, nº 112, p. 64/71

9 de fev. de 2011

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.

Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

21 de jan. de 2011

Onde estão as nossas grades?

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Um Texto escrito por Cícero Braz...

ONDE ESTÃO AS NOSSAS GRADES?

Hoje, comecinho da tarde, como sói acontece toda semana, fui visitar um grande amigo meu, de longo tempo, que está tolhido de sua liberdade há dois meses em função do algo que cometeu e, se não fosse grave, essa situação não estaria desenhada. Não tecerei comentários sobre o que aconteceu, pois a literatura de cunho policialesco ainda não é meu forte. O outro lado da moeda, do humano, do ser, atrai-me com fervor.

Em função de meu grau de amizade, minha proximidade com esse amigo, perguntas vêem-me à exaustão, muitas vezes trazendo em seu bojo uma possível condenação. Claro, qualquer pessoa tem o direito de ter sua opinião sobre qualquer assunto, mas, ao emitir juízo de valor, muitas vezes se incorre em erro. Como disse há pouco, não tenho o pendor das crônicas policiais, portanto, considero, com naturalidade, as questões que me são dirigidas.

Falava sobre minha visita de hoje à tarde. Hoje, a dimensão do conceito de liberdade aflorou-me tão fortemente e de forma tão violenta a ponto de uní-lo ao da prisão. Ali entre nós dois, a nos separar, uma meia parede e uns ferros, formando uma grade. Ali, entre nós dois, dois sorrisos com significados distintos: o meu, com o alívio da liberdade, o dele com a esperança de reavê-la. Dois mundos diferentes, mas, por mais paradoxal que se lhes pareça, dois conceitos estritamente iguais. Como poderia ser dessa forma?

O mundo estava ao meu lado,ali, a dois passos, ou alguns degraus abaixo. Bastavam meus passos para desfrutá-lo da forma que melhor me aprouvesse. O dele, vários passos para trás e a pequenez de uma cela, dividida com outros, com certeza, não iguais a ele. Estarei eu, também, emitindo juízo de valores? hão de me perguntar vocês. Por que posso afirmar isso se cada um tem sua história para contar, se cada um tem sua inocência para provar? Comecei a percorrer as minhas grades de reflexão. Onde estão minhas jaulas, minhas feras, que guardo? Onde não estarão as deles? Libertas, muito embora presas?

Falou-me o meu amigo: “quantas vezes eu estava em casa, sem nada a fazer e não preenchi meu tempo com uma visita a um tio que julgara indiferente à minha pessoa e hoje vejo que não é bem assim”? “ por que não li um livro, que hoje, quando recebo, divido com os outros a alegria de lê-lo? Livro, visita, alegria, tudo isso é liberdade, ainda que por trás das grades. Estarei eu solto, com o mundo e todo o tempo desse mundo a meu favor, lendo um livro? Visitando alguém a quem faz tempo que não vejo? De novo, vejo-me entre grades, estando livre. Livre para tudo, inclusive para perder minha liberdade por atos infantis, mas que têm sua mensuração ante a sociedade. Será que é preciso que nos enjaulemos, mesmo que de forma virtual, para que aprendamos a sentir o verdadeiro sabor da liberdade? Infelizmente, parece que sim e isso o meu amigo externou com seu olhar vago, trazendo, em seu bojo, o brilho da esperança e a certeza de que valorizará cada minuto de sua liberdade, revertendo em prol de quem de si está próximo minutos ociosos de sua vida, pois, pelo que depreendi, os exemplos por trás daquelas grades apenas lhe fortaleceram os ideais de justiça e valorização da liberdade.

Fui-me embora, trazendo nos meus olhos o brilho de esperança que captei nos olhos de meu amigo. Senti uma sensação de que eu estava preso aos meus conceitos, ao meu mundo restrito, às minhas grades, das quais não me desvencilhei por medo, preconceito, indiferença. Grades que me aprisionam aqui fora e que, felizmente, não carecem de um tribunal para me libertar, a não ser eu mesmo. Por outro lado, lá deixei um amigo livre, porque valorizando o conceito de liberdade, mas ela prescinde de um julgamento. Lá deixei um amigo desnudo de preconceitos e sabendo sorver o travor do erro. Lá, deixei um ser humano sem grades, solto, com olhos perscrutadores, visando a uma felicidade maior.


Cícero Braz de Almeida

"Fui-me embora, trazendo nos meus olhos o brilho de esperança que captei nos olhos de meu amigo."

Retirei apenas essa frase para não ter que transcrever todo o texto. Apenas essa frase por exprimir um dos mais puros dos sentimentos e a mais pura reflexão e compreensão sobre a vida, liberdade e sobre ESPERANÇA. Foi a expressão mais doce e a sensação de liberdade mais forte que no momento pude sentir.
Cada palavra e cada frase do texto são de uma beleza que comove e nos move a reflexões profundas. Pude está diante dos nossos fracassos, inseguranças, dos nossos encontros e desencontros, dos nossos conflitos e ansiedades, das nossas fragilidades...
Braz, você hoje me deixou calada e pensativa por vários momentos.
Amigo... Fiquei emocionada!
Não poderia deixar de postar no meu blog.

Mara

21/01/2011

18 de jan. de 2011

Um anjo chamado Edilson

Foi numa manhã de quinta-feira. O céu bem aberto e pintado de azul abria as suas portas para receber o seu mais novo morador. O céu estava em festa. Dentro de nós, o choro e o vazio. Mas naquela manhã de intenso sofrimento, você meu cunhado, não suportando tamanha dor, como um anjo de asas brancas e largas, deu um adeus e alçou vôo em direção aos céus. Intimamente, todos nós imaginávamos que isso pudesse acontecer. O seu peito já não mais suportava tamanha dor. A sua respiração curta já não mais atendia o seu comando. O seu corpo frágil impedia os seus movimentos mais festivos. E neste dia, 07/10/2010 às 06h00min da manhã, você partiu. Partiu deixando uma forte e dolorosa saudade. Partiu deixando-nos sem rumo e sem norte. Partiu deixando a melhor essência da sua alma. Partiu deixando o seu maior e melhor perfume e o seu maior tesouro: a sua bondade, generosidade, a sua honradez, a sua candura, o seu jeito silencioso e correto. Um homem íntegro como nenhum outro. Um pai dedicado e atencioso, um marido fiel, um avô atento, um amigo de todas as horas. Partiu despedindo-se dia a dia, noite após noite… Seja no toque das mãos, seja no seu olhar triste e sereno, quando, os seus olhos falavam de uma forma tão clara, mesmo sem emitir uma única palavra. Mas não queríamos enxergar. Não queríamos aceitar. Procurávamos uma fórmula mágica que pudesse reverter aquele quadro. Procurávamos uma luz no final do túnel. Mas o momento havia chegado. Deus o chamou. E você, aliviado, descansou.

Você é um anjo, meu cunhado. Um anjo brilhante! Você sempre foi um grande amigo e um grande irmão do coração de muitos que cruzaram o seu caminho. Obrigada pela sua alegria e carinho. Obrigada pelos tantos e tantos dias festivos em que, em família, convivemos.

Existem pessoas que são anjos. Anjos disfarçados de gente. E você Edilson, é um anjo que Deus nos enviou, para sempre estar abençoando as nossas vidas.

Sua Cunhada,

Lana Mara Thiers

10/10/2010